segunda-feira, 1 de março de 2010

Desabafo de uma niteroense

OBS:
Hoje, dia 02/03, por volta das 2 horas da manhã, fui acordada por tiros e explosão de granadas.
Muitas viaturas da polícia e perseguição.
Li no jornal O Globo o que houve.
Só comprovando o que escrevi ontem à noite.

Agora, podem ler a minha reclamação

Caros amigos,

Moro em Niterói desde que nasci e é impossível não perceber as mudanças.
Lembro que a cidade era muito tranquila, uma delícia. Ruas cheias de casinhas, poucos prédios, cidade tranquila e segura. Tudo que uma cidade pequena tem.
Porém, de uns anos para cá, tudo isto mudou.
As casinhas foram compradas e viraram gigantescos prédios. Em cada esquina (não é exagero), vê-se um prédio subindo, prometendo salas de ginásticas, piscinas, quadras de tudo, academia, etc.
Segurança já não é o forte de Niterói.
Como toda cidade que cresce, a violência vem no pacote.
Eu mesma já fui assaltada 5 vezes (tenho 27 anos!) e 4 vezes foram em Niterói. Pois é.
Tiroteiro, ruas fechadas por conta de assalto, assassinatos e tudo que uma cidade grande tem direito.

Além da violência, a cidade cresceu em número de habitantes, porém não cresceu em sua estrutura.
Ruas estreitas, com carros estacionados, ocupando uma pista, resultando em engarrafamentos.
Os moradores de Niterói, em sua maioria, tem um alto padrão de vida e por isto o número de carros por domicílio é muito grande. 
Resultado: todos os carros nas ruas. Porque niteroense não sabe andar de outra maneira sem ser de carro, apesar de tudo ser perto.
Ruas estreitas + muitos carros = engarrafamentos. Muitos engarrafamentos.
Até o comportamento dos niteroenses é de cidade pequena. O jeitinho de andar na contramão, de estacionar onde não pode, moto na calçada e estas coisas realmente irritantes.
Isto piora toda a situação.
Para completar, Niterói não tem emprego suficiente para todos os seus moradores, o que aumenta a locomoção de pessoas indo e vindo do Rio.
Depender de transporte público é um problema: os ônibus para o Rio são, em sua maioria, muito ruins. Por exemplo, eu pego o 750D, para o Rio Comprido, e pago 4,10 para ir. O ônibus é quente, não tem ar, treme muito, e, algumas vezes, nos deparamos com baratas.
As opções de ônibus são poucas. Poucos destinos para o Rio.
Para a Barra e Copabana, nem pensar.
Para o Centro do Rio, barca, que sempre causa transtorno, e o ônibus da barata, a viação Garcia.
Nada de ar. Afinal, moramos em uma cidade serrana, né? 

E o entretenimento?
Cinema? Que isto...para quê?
Acabaram com o Windsor, com o cinema Icaraí, com o Estação Icaraí, com o Cine Center e com o cinema Niterói, no centro da cidade. E soube que acabaram com os cinemas de Itaipu.
Sobraram o Bay Market (horroroso) e os cinemas do Plaza, o cinemark, com seus filmes blockbusters. Cinemas de ruas, nunca mais.
Alguém sabe do Cinema da UFF? Acabou? Melhoraram aquilo lá?
É muito triste ver o Cinema Icaraí abandonado do jeito que está. Era um cinema grande, muito bom. Saudades...
Boates abrem e fecham.
Bares e restaurantes são as opções de entretenimento em Niterói.

Enfim. Niterói já foi uma ótima cidade. Não é mais, pelo menos para mim, que saio e entro em Niterói diriamente.
É um verdadeiro caos.
Engarrafamento para tudo. Um trajeto que demora, sem trânsito, 40 minutos no máximo, aumenta para 2 horas, pelo menos, nas horas de rush.
Mas não termina aí. Sexta, é impossível voltar para Niterói: 3 a 4 horas para chegar em casa.
E feriado? Não dá.
Final de semana de tempo bom? Engarrafamento também, meu caro...

É isto. Venha a Niterói e fique preso no trânsito.
Continuem vindo morar aqui!
Chegará um dia, em que ninguém saírá nem entrará em Nikity City.
E, se Deus quiser, estarei bem longe do caos.

3 comentários:

  1. Faz tempo que não vou ao cinema da Uff, porém da última vez que fui ele estava como sempre esteve: ótimo. Grande, não muito cheio, sem idiotas que não sabem se comportar em público, com suas cadeiras resistentes(já repararam como as novas estragam rápido?), sem essa babaquice de lugar marcado e com uma programação recheada de filmes decentes. É o tipo de cinema de rua que faz falta na Tijuca, outrora uma segunda cinelândia, e hoje limitada aos péssimos cinemas de shopping.

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  2. Em tempo, que fique registrado: num sábado desses peguei um engarrafamento de dimensões paulistanas às 10:30 da noite em Niterói. Motivo? Nada de diferente, rotina.

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  3. O cinema da UFF ainda existe sim, parece que é um dos poucos cinemas de rua que ainda resistem. Eu nunca fui, mas meu irmão estuda na UFF, é frequentador assíduo do cinema e diz que é muito bom!

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